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Textos - História de Londrina


Londrina vem crescendo muito durante o passar dos anos.  Isso é fato. Também é a segunda cidade mais populosa do Paraná e a quarta em toda a região Sul do Brasil. É um importante pólo de desenvolvimento regional e exerce grande influência sobre todo o norte do Paraná.      Porém antes de sua exploração, relativamente há pouco tempo atrás, Londrina era praticamente nada. Pertencia à Jataizinho, era conhecida como Gleba Três Bocas e era uma área ligada aos índios Kaingang. Em 1925, o inglês Lord Lovat, veio a Londrina e criou a Companhia de Terras Norte do Paraná junto com outros parceiros ingleses, como Antônio Moraes de Barros, João Sampaio e Arthur Thomas. Esta Companhia iniciou o loteamento das terras e deu o nome da cidade:
 ‘Na tarde do dia 21 de agosto de 1929, chegou à primeira expedição da Companhia de Terras Norte do Paraná ao local denominado Patrimônio Três Bocas, no qual o engenheiro Dr. Alexandre Razgulaeff fincou o primeiro marco nas terras onde surgiria Londrina. O nome da cidade foi uma homenagem prestada a Londres – “pequena Londres”, pelo Dr. João Domingues Sampaio, um dos primeiros diretores da Companhia de Terras Norte do Paraná.’
( Fragmento de texto retirado do site da Prefeitura de Londrina na seção destinada a historia no dia 15 de outubro de 2011)
Já de início, a Companhia concedeu todos os títulos das propriedades de terra, medida inusitada para as condições da região e mesmo do Brasil. Por isso, os conflitos entre colonos antigos e os recém-chegados praticamente não existiram na zona colonizada pelos ingleses, como não existiu em Londrina. A grande novidade introduzida pela Companhia, e que lhe valeria o “slogan” de “a mais notável obra da colonização que o Brasil já viu”, foi à divisão dos terrenos em lotes pequenos vendidos a longo prazo. Os ingleses promoveram, desta forma, uma verdadeira “reforma agrária”, sem intervenção do Estado, no Norte do Paraná, oferecendo as pessoas que queriam trabalhar, mas não podiam adquirir tais terras, a oportunidade de adquirirem as mesmas.
Em meados dos anos 50, essa cidade era vista como uma das principais do interior do Brasil. O café a sustentava e o urbanismo a moldava de uma forma revigorante e rápida. O crescimento populacional assustava,
O povoamento na região aconteceu de uma forma comum para o Brasil, mas de certa forma incomum para o restante do Paraná*. Em Londrina o modelo era São Paulo, não Curitiba. Os imigrantes vinham principalmente do Sudeste brasileiro  . Em busca de uma vida melhor fizeram dessa terra roxa de suor e sangue o seu ganha pão. As descendências principais dos imigrantes eram:  inglesa, italiana ,e de outros países da Europa Ocidental como na maioria da região sul do Brasil. A imigração japonesa em Londrina também merece destaque, sendo uma das mais marcantes desse tipo em todo o Brasil .
 Londrina já foi a Capital Mundial do Café, produto este que representou todo o modelo londrinense de trabalho, e já teve o segundo aeroporto mais movimentado do Brasil No entanto, a economia londrinense estava preste a passar por uma drástica mudança. A “Geada Negra” de 1975, destruiu o setor cafeeiro londrinense marcando uma era que terminava e outra que acabava de começar. Houve um aumento relativo do êxodo rural, e uma tentativa de esquecer o café, muitos donos de terras cafeeiras abandonaram esse setor investindo em outros produtos ou em outras fontes de renda, multiplicando os pilares econômicos e fazendo com que o comercio londrinense seja resistente a crises. Porém, mesmo com um comercio adaptável a diversas situações, o agronegócio em Londrina ainda é a principal atividade econômica, mostrando uma incapacidade de independência da mesma, marcando um ponto negativo da economia londrinense.
As regiões em Londrina se desenvolveram quase uniformemente ao longo das décadas, no entanto, houve um crescimento direcionado para a região “centro-sul”, em termos comercias, um crescimento industrial para a região oeste, e crescimento residenciais para as regiões Leste e Norte, essa última que nas décadas anteriores se enquadrava como região rural, revelou-se  como maior área residencial da cidade, apresentando uma concentração de conjuntos habitacionais.

*Observação Extra do texto *: Foi incomum para o Paraná, pois Londrina herda muito mais de São Paulo do que de Curitiba , culturalmente. Isso se demonstra principalmente no falar do londrinense e nos times que ele torce.


Referências: 





MAGALHÃES, Marion Brepohl de. Paraná: Política e Governo. Coleção História do Paraná; textos introdutórios, Curitiba; SEED, 2001.

OLIVEIRA, Dennison de. Urbanização e industrialização no Paraná. Coleção História do Paraná; textos introdutórios. Curitiba: SEED, 2001

TRINDADE, Etelvina Maria de Castro; ANDREAZZA, Maria Luiza.. Cultura e educação no Paraná. Coleção História do Paraná; textos introdutórios; Curitiba, SEED, 2001


CASTELNOU, Antonio Manoel N. Panorama geral da arquitetura londrinense.  1996. Monografia (Graduação de Arquitetura e Urbanismo) – CESULON, Londrina

COMPANHIA MELHORAMENTOS NORTE DO PARANÁ. Colonização e desenvolvimento do norte do Paraná. 1975. (Publicação comemorativa do cinqüentenário
da CMNP)

Museu Histórico de Londrina "Padre Carlos Weiss"
Biblioteca pública municipal de Londrina
http://www1.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=5